segunda-feira, 11 de abril de 2011

Salvação - Episódio 14


Verdade
Duas semanas se passaram e tudo ficou ainda pior, cada minutos que eu passava era tedioso, nada mais me animava. Geralmente a rotina das pessoas é sempre a mesma, acordar, comer, trabalhar, dormir, mas e quando você não come, não dorme e não precisa trabalhar? A sua rotina vira o que? Bom, a minha tinha virado um incessante ler de livros, decorei tudo o que passava em todos os canais da televisão e agora o que fazer?
Um dia, me sentei na varanda mais uma vez acompanhada de Polly e Michael, não havia muito para ser dito, tínhamos conversado tanto ultimamente que não havia mais assunto.
O silêncio se prolongou por alguns minutos, olhei para a porta fechada de casa e senti que não queria entrar, não ainda.
-Acho que vou dar uma volta.
Eu disse, me levantando.
-Vamos com você.
Michael disse, também se levantando, tinha mesmo esperado que ele disesse isso.
-Deixe ela ir sozinha.
Polly disse, para minha surpresa, se mantendo sentada.
-Como assim? É perigoso...
Ela olhou para mim e eu percebi que ela tinha entendido tudo, ela sabia que eu estava me sentindo uma prisioneira e que precisava espairecer um pouco.
-Ela não ir para longe.
Polly disse, com firmeza e eu assenti em concordância.
-Os outros vão ficar preocupados se souberem...
-Não precisam saber.
Naquele momento, Polly pareceu um anjo para mim.
-Obrigada.
Eu disse, olhando para ela, Polly apenas sorriu.
-Apenas não se meta em encrencas e volte logo.
-Ok.
Com isso, eu respirei fundo e corri, corri o mais rápido que podia para a floresta que circundava a casa, quando estava finalmente envolta pelas árvores ao ponto de nem conseguir quase ver o céu, eu finalmente parei e comecei a andar lentamente.
Muitas coisas vieram na mniha cabeça quando parei de correr, tudo veio como uma enchurrada, uma onde gigantesca. Eu podia fugir, mas isso não seria uma boa solução, minha família só queria o meu bem. Talvez eu pudesse esquecer Jean-Claude se tentasse, mas algo me dizia que isso era impossível. Depois de duas semanas sem vê-lo, eu estava ficando louca, olhando ao redor nas árvores eu conseguia ver os olhos dele brilhando no escuro, será que estava tendo alucinações?
Olhei mais uma vez para o mesmo ponto em que tinha visto os olhos dele, mas já não estavam lá.
Continuei caminhando de vagar e deixei os pensamentos fluírem, mesmo os mais idiotas. E se eu me deixasse morrer? Afinal, de que vale a pena viver sem amor? Hei, espera ai, de onde tinha surgido a palavra amor? Será que era o que eu sentia na realidade? E se fosse, o que eu podia fazer? Viver longe dele uma vida sem sentido, ou viver perto dele momentos inesquecíveis mas que me levariam á morte?
-Olá Julliet.
Levei um susto, alucinações podem ser ouvidas também?
Me virei lentamente na direção em que tinha vindo a voz temendo que não fosse verdade, mas para minha surpresa, era.
Lá estava ele, tão lindo quanto na ultima vez em que o tinha visto, com a mesma jaqueta de couro e um sorriso que o deixava muito charmoso.
-Olá.
Eu disse, sem saber o que mais podia dizer.
-Por que você não vai mais para a escola?
Eu sabia que corria perigo, mas não conseguia fugir, meus sentidos se recusavam a se afastar dele. Era como se eu fosse uma viciada em abstinência a muito tempo que encontrava diante de si a droga favorita.
-Quer que eu diga a verdade?
-Claro.
-É por sua causa.
-Como assim?
Estava cansada de não poder dizer o que eu queria, aquela era a hora de jogar tudo para fora.
-Você vai me matar.
Ele ficou surpreso.
-Como assim?
-Alice viu você me matar.
Ele se aproximou de mim com um olhar diferente que eu não consegui definir.


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