segunda-feira, 11 de abril de 2011

Salvação - Episódio 27


Péssima Ideia
-Pode, por favor, parar com isso?
Eu perguntei, olhando para Stephan, depois que mais alguns minutos se passaram sem que ele me libertasse daquele estranho poder.
-Claro.
Ele respondeu, mais ainda demorou um momento para que eu pudesse desviar o olhar.
Voltei a olhar pela janela no mesmo instante, olhar para aquele vampiro era muito arriscado, e se ele quisesse me manter presa ao seu olhar por horas a fio? E se Jean-Claude aparecesse justo em um momento desses e achasse que eu tinha deixado de esperá-lo?
-Vai esperar por quanto tempo?
Edward perguntou, apesar de já conhecer a resposta, ele devia estar querendo mudar de assunto.
-Para sempre, se for preciso.
-Para sempre é muito tempo.
-Eu sei.
Stephan me olhava como se eu fosse um quebra-cabeças que precisasse ser montado.
-É mais ou menos o que ele acha.
Edward disse, ótimo, estava atraindo a atenção daquele vampiro que eu nem conhecia e nem queria conhecer.
-O mistério costuma atrair mesmo.
-Não estou tentando ser misteriosa.
Stephan bufou dizendo:
-Sei que pode ser uma conversa particular, mas estão me deixando nervoso falando desse jeito.
-Por que está ficando nervoso?
Perguntei, um pouco irritada de mais para raciocinar com clareza.
-Não entendo nada do que dizem.
-Nem precisa.
Eu sussurrei, bem baixinho, é claro que eles tinham ouvido, mas ao menos eu podia dizer que não tinha sido descaradamente mal-educada.
Naquele momento a porta da frente se abriu e nós ouvimos passos, segundos depois Carlisle entrava na sala.
-Boa tarde.
Ele disse, e eu e Edward respondemos mecânicamente. Logo depois ele provavelmente se voltou para Stephan pois disse:
-Seja bem-vindo, velho amigo.
Velho amigo? Isso queria dizer que Stephan era um daqueles vampiros com séculos de idade?
-Agradeço muito por me receber, Carlisle.
-Não há por que agradecer, venha, vamos para a biblioteca para conversar melhor.
Ouvi os passos deles enquanto subiam as escadas.
Edward voltou a tocar piano, mais uma vez era uma melodia triste e eu tentei me desligar de tudo que não fosse o som do piano. Quando ele chegaria? E por que estava demorando tanto? Jean-Claude tinha prometido que viria, e eu estava certa de que ele cumpriria essa promessa, a menos que algo o tivesse impedido, algo como... Bem, essa não era uma possibilidade válida, ele estava bem, tinha que estar. O motivo só podia ser outro.
Comecei a analisar a paisagem lá fora, nada tinha mudado, parecia que ele tinha ido poucos minutos atrás, era como se o tempo não tivesse passado e quem dera se assim fosse, gostaria de poder voltar para a visão daquela casa junto dele, não para ver a casa é claro. Mas pensando bem, qual seria o problema de ir até lá?
-Nem pense nisso.
Edward disse, droga, tinha me esquecido dele.
-Por que não?
Perguntei, em desafio.
-Pode ser perigoso.
-Por que?
-Aquela garota que também mora lá, Brigitte, ela pode te encontrar.
-Da última vez, eu dei uma surra nela.
Não pude evitar um sorriso com a lembrança, apesar do forte poder dela, ao que parecia a sua experiência em combate era quase nula.
-Mas ela pode não estar sozinha desta vez.
-Quem mais estaria com ela?
-Jean-Claude não disse que os moradores da casa tinham poderes? Isso significa que existem mais vampiros naquela casa e eles podem ser perigosos.
Isso era mesmo verdade. Dei de ombros, era melhor desistir da ideia, ao menos por hora.
Edward deu um sorriso torto e voltou a se concentrar na música.
Um segundo depois a porta se abriu e os gêmeos acompanhados pelas garotas do tempo entraram na sala como se fossem furacões.
-O filme que vimos foi de mais!
Polly entrou dizendo, com um largo sorriso.
Me voltei para olhá-los por um momento e depois voltei a olhar pela janela.
-Ainda está ai?
Samantha perguntou, em um tom preocupado.
-Ele não veio ainda.
Respondi, sem olhar para elas.
-Você precisa sair daí, faz tempo que nem caça...
-Eu estou bem.
-É mentira e nós sabemos disso.
Polly disse, irritada. Dei de ombros.
-Se você não sair daí, juro que...
Ela não terminou a frase pois ouviu o som dos passos que desciam a escada, deviam ser Carlisle e Stephan, segundos depois eles adentraram na sala. Dei mais uma olhada rápida neles evitando os olhos de Stephan e voltei para a paisagem na janela.
-Quem é esse gato?
Polly perguntou, num tom interessado.
-Ai.
Ela disse, logo em seguida, Samantha devia ter dado uma cotovelada nela.
-Este é Stephan, ficará connosco por um tempo.
-Prazer em conhecê-lo.
Michael disse, mas pelo tom ele não tinha prazer nenhum com a presença de Stephan.
Polly disse, num sussurro que todos puderam ouvir:
-Não se preocupe amor, ele é um gato, mas você é um deus grego.
Ouvi o som de um beijo estalado e a risada de Edward em seguida.
-Querem saber de uma coisa?
Samanta disse, num tom contente.
-O que?
Michell perguntou, num tom interessado. Bem, ele sempre se interessava pelo que Sam dizia, era algo quase que natural.
-Tive um ideia!
-Que tipo de ideia?
Polly perguntou, animada, obviamente tinha interrompido o beijo só para perguntar isso.
-Do tipo que você adora.
-Então conta logo.
-Por que Julliet não leva nosso novo amigo para caçar?
A pergunta caiu como uma bomba em cima de mim, por que será que amigos muitas vezes atrapalham de mais quando tentam ajudar?
-Por que eu?
Perguntei, olhando para eles.
-Você não caça já a tempo de mais.
Carlisle disse, aprovando a ideia.
-Mas eu estou bem!
Edward disse, num tom irritantemente divertido:
-Ou vai agora, ou quando Zafrina chegar vocês irão.
Ou seja, eu não tinha opção alguma.
-Isso mesmo.
Ele deu de novo aquele maldito sorriso torto. Vai me pagar por isso. Pensei, com convicção. O sorriso não sumiu.
-Está bem, eu vou.
Eu disse, derrotada.
Droga de família que nos obriga a fazer o que não queremos justamente quando o que queremos é simplesmente não fazer nada.


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