segunda-feira, 11 de abril de 2011

Salvação - Episódio 15


Apenas Palavras?
-Mas eu...
Ele começou a dizer, mas não completou a frase.
-Você o que?
-Eu nunca seria capaz de te matar.
A voz dele parecia verdadeira, mas como podia ser?
-Mesmo?
-Sim.
-Por que?
A pergunta pareceu pegá-lo desprevinido.
-Por que?
-Sim, por que você não seria capaz de me matar?
-Bem, é por que...
Eu esperei que ele falasse, mas ele mais uma vez não terminou a frase e me olhou como se quisesse dizer naquele olhar o que não podia dizer em palavras.
-Diga.
Eu insiste, já que tinha medo de ver nos olhos dele uma verdade que eu não queria aceitar.
-Você sabe...
Não, eu não sabia.
-Não sabe?
Ele perguntou, percebendo que eu não sabia mesmo, talvez tivesse lido isso nos meus olhos.
-Não.
-Bem...
Ele respirou fundo e disse, quase atropelando as palavras:
-Eu gosto de você.
Arregalei os olhos, não pude evitar.
-Gosta?
-É claro.
Era difícil acreditar nisso, se ele gostava de mim, por que ia me matar num futuro nem tão distante?
-Mas isso não pode ser verdade.
Acabei dizendo.
-Por que não?
-Você vai me matar.
-É o que estou tentando te dizer, eu nunca conseguiria machucar você, não consigo aceitar essa idéia.
-Estou confusa.
Eu estava mesmo, mas uma pergunta maior surgiu na mniha cabeça e não consegui afastá-la, gosta como? Ele pareceu perceber que eu queria perguntar algo e disse:
-Pode falar.
-Você disse que gosta de mim.
-Uhum.
-Mas gosta como?
Com uma das mãos ele começou a bagunçar o cabelo, parecia nervoso mas ainda assim eu continuei encarando-o.
-Bom... não sei bem como explicar.
-Gosta de mim como amiga ou como algo mais?
Perguntei, tentando ajudá-lo a definir melhor.
-Algo mais.
Ele parecia um pouco envergonhado, meu Deus, como ele ficava lindo com vergonha...
-Então...
Comecei, não sabia como continuar, mas não foi preciso pensar nisso, pois naquele mesmo momento, ela chegou, quando digo ela, me refiro á suposta parceira dele, mas se ele gostava de mim, não devia ter uma parceira, ela olhou para mim como se eu fosse um inseto insignificante e eu devolvi o olhar de cabeça erguida.
-O que está fazendo aqui?
Ela perguntou, olhando para Jean-Claude.
-Não é da sua conta.
Ele respondeu, se aproximando mais de mim, ela rosnou ao ver a aproximação dele.
-Claro que é da minha conta!
-Não é não.
-Você sabe que não devia estar aqui e com ... ela.
-Sei muito bem o que devo ou não fazer.
-Você é o meu parceiro!
Ela gritou, com raiva. Preferi não dizer nada.
-Não sou não, você sabe bem disso.
-Veremos o que ele vai achar disso.
Ela disse e se virando, desapareceu.
Jean-Claude ficou olhando para o lugar onde ela tinha estado e então disse:
-Preciso ir, isso não vai ser nada bom...
-Ok.
Eu respondi, tentando gravar a imagem dele na minha mente.
-Você pode voltar aqui amanhã?
Estranhei a pergunta.
-Por que?
-Nossa conversa ainda não acabou... Pode vir digamos, ao pôr-do-dol?
-Não sei...
-Pode tentar?
-Posso.
-Então te esperarei todos os dias até que possa vir.
Com um sorriso charmoso ele se aproximou um pouco mais e eu prendi a respiração, mas ele pareceu mudar de idéia e com um aceno se despediu e foi embora.
Enquanto eu voltava para casa correndo me perguntei se deveria mesmo tentar vê-lo novamente, meu maior medo era que todas as palavras dele tivessem sido apenas palavras, mas e se não fossem?



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