segunda-feira, 11 de abril de 2011

Salvação - Episódio 19


A pintura
Sentada na beirada da cama observei o nascer do sol no horizonte. O sol vinha surgindo com lentidão, como se tivesse preguiça, como se não quisesse que aquele dia começasse. Na verdade, eu não queria.
Esse seria um dia difícil, cheio de mais brigas por minha causa. Mais uma reunião dos Cullen na sala de estar para resolver se eu ficaria encarcerada em casa ou não, mas eu já sabia qual seria a decisão final, pois no fim das contas, era meu pai quem decidia, mesmo Carlisle não passava por cima do direito paterno dele. Uma pena, pois Carlisle me deixaria escolher, se pudesse.
Sempre tinha sido assim e o problema era que eu nunca antes tinha me importado com isso, afinal, ele era meu pai, sabia o que era melhor para mim, eu não passava de uma criança... Mas agora, apesar de minha aparência verdadeira continuar a mesma de quando eu era criança, eu havia crescido.
Mas ele não queria aceitar isso. Por que? Não sei dizer ao certo. Talvez ele queira mesmo que eu seja uma criança eterna, ele seria o único pai no mundo que não precisaria se preocupar com o fim da infância da filha se fosse assim, mas inevitavelmente eu tinha crescido, mesmo sem perceber isso.
Algumas nuvens tentavam ocultar o sol que já tinha ultrapassado a linha do horizonte, o dia estava oficialmente começando.
Saí do quarto e no corredor parei diante da porta do quarto de Polly e Michael, será que seria errado querer falar com eles tão cedo? Está certo que como vampiros não podiam estar dormindo, mas ainda assim...
Antes que eu me decidisse, a porta se abriu, era Samantha, ela estava com um olhar preocupado e me puxou pelo braço para dentro do quarto assim que me viu, fechando a porta em seguida.
Nem tive tempo de me perguntar o que ela estava fazendo no quarto de Polly, mas essa seria mesmo uma pergunta idiota já que elas eram melhores amigas uma da outra.
-E então?
Polly perguntou, ela estava sentada diante de uma tela e com um pincel na mão.
-Então o que?
Eu perguntei, olhando pelo quarto, notei que os gêmeos também estavam ali, os dois sentados na beirada da cama, lado a lado, exatamente idênticos e calados, só era possível saber quem era quem pelas roupas que eles usavam, Michael com um estilo moderno e Michell um pouco conservador.
-O que aconteceu ontem a noite?
Polly perguntou, indo direto ao ponto.
-Ah, isso.
-Sim, e então...
Samantha incentivou, obviamente as duas estavam muito curiosas para saber.
-Resumidamente eu encontrei com Brigitte, nós brigamos e eu levei a melhor.
-Brigitte?
Samantha perguntou, confusa com o nome.
-A suposta parceira de Jean-Claude.
-Ah é esse o nome daquela...
Polly se interrompeu no meio da frase pois Samantha lançou a ela um olhar recriminador.
-Aquela coisa.
Ela completou, dando de ombros.
-Sim.
Respondi.
-Ela não sabe lutar?
Michael perguntou, olhando bem para mim, talvez procurando ferimentos.
-Não muito bem pelo que pareceu.
Respondi e Polly logo disse, com um sorriso iluminado:
-Legal, vamos matá-la?
Samantha logo respondeu:
-Não vamos matar ninguém.
Polly a ignorou e me perguntou:
-Quer matá-la?
Eu fiz que não, sem falar nada.
-Ok, foi só uma idéia.
Ela disse, voltando a se concentrar na pintura.
-E você foi pega?
Michael perguntou.
-Sim, Alice viu tudo.
-É esse o problema duma família onde um pode ler pensamentos e outra pode ver cada um dos nossos passos antes de acontecerem.
Michael disse, frustrado.
-Eles só estão tentando te proteger Julliet.
Michell disse.
-É, eu sei.
Samantha deu um sorriso suave dizendo:
-Não se preocupe Juh, vai dar tudo certo.
-Como?
-Quer que vejamos?
Polly disse, voltando a olhar para mim, animada.
-Melhor não...
Samantha começou a dizer, mas se interrompeu no meio da frase.
-Por que?
Polly perguntou, percebendo que ela estava hesitando.
-E se o que virmos não puder ser mudado?
Samantha disse, o sorriso desaparecendo do seu rosto.
Polly suspirou e provavelmente decidiu mudar de assunto, pois disse:
-Vem aqui Juh.
Eu fui até ela e olhei para a pintura que ela estava fazendo, fiquei surpresa.
-É para você.
Ela disse, com um sorriso alegre.
 -Afinal o que você....
Samantha começou, se aproximando para ver a pintura também.
-Polly, preciso dizer que você é maluca?
Ela disse, assim que a viu.
-Por que? É bem simples, se ela não pode ter o original, pelo menos terá uma pintura dele o tempo todo por perto.
Polly respondeu, o sorriso aumentando de tamanho.
Ela tinha razão. Se o original me era proibido, pelo menos eu poderia olhar para ele sem sentir culpa alguma.
-Gostou?
Polly perguntou e eu logo respondi, com sinceridade:
-Adorei.
-Eu sabia!
Ela esclamou.
-O que?
-Você gosta dele!
Dei de ombros, não adiantava mais tentar negar.
-Que romântico, um amor proibido...
Ela disse, com ar sonhador.
E Samantha rebateu:
-Sim claro, se ela ficar com ele, ele vai matá-la, muito romântico mesmo.
Eu dei de ombros e tentei não pensar nessa parte, olhei para o quadro, ainda não finalizado.
Polly tinha feito uma pintura linda, onde de alguma forma ela tinha conseguido me colocar ao lado de Jean-Claude, ambos estávamos com sorrisos luminosos e bem próximos um do outro, como um casal de verdade.
-Vocês ficam muito bem juntos.
Polly comentou e eu tive que concordar.
Meus cabelos loiros contrastavam com os escuros dele, meus olhos dourados e os dele vermelhos pareciam combinar, inocência e perigo lado a lado, realmente um par perfeito, não apesar, mas por tudo o que aquela união podia representar.


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