segunda-feira, 11 de abril de 2011

Salvação - Episódio 25


A Sombra na Janela
Duas semanas se passaram desde aquele dia.
Durante esse tempo, não deixei de ir ao nosso "ponto de encontro" ao pôr do sol nem uma só vez, e durante a noite, eu rondava a floresta perto de casa á procura dele, mas ele não aparecia, a cada vez que o sol se punha e eu o observava fazer isso sozinha, a minha esperança de que ele viria parecia diminuir... No começo da primeira semana a esperança era para mim como um raio de luz no meio da escuridão, tinha um brilho forte e intenso, no começo da segunda semana, o brilho e a intensidade tinham diminuído consideravelmente. No fim da segunda semana, uma dorsinha parecida com uma saudade muito grande tinha se instalado no meu peito, por mais que eu tentasse sufocá-la, ela só parecia aumentar.
Quando a terceira semana começou, o mundo todo parecia ter perdido a cor, deixei de de ir caçar com os outros, afinal, quase não tinha mais fome, Polly estava preocupada comigo e a sua pergunta frequente era:
"Você está bem?"
A minha resposta frequentemente era:
"Estou bem."
Claro que era mentira, eu sabia disso e pelo olhar que ela sempre me lançava quando eu o dizia, Polly também.
Aquela dorsinha, tinha deixado de ser pequena e agora ela parecia me consumir constantemente, meu pai também estava preocupado, ele tentava falar comigo ás vezes, mas eu mal conseguia prestar atenção no que ele dizia, Zafrina por sua vez me convencia a fazer uma coisa ou outra através de suas palavras que eram obedecidas sempre como se fossem ordens, mas ainda assim, eu também não ouvia os conselhos dela. Bella me olhava como se pudesse me ver melhor do que todos os outros, certo dia ela se aproximou de mim e disse, numa voz pensativa:
"Parece que o amor sempre exige um tempo de espera."
Eu não soube o que responder e a frase ficou se repetindo na minha cabeça muito tempo depois de ela já ter se afastado. Aquilo me deu um pouco mais de esperança, mas a dor persistia no meu coração, apesar dela.
Havia uma janela grande e espaçosa que mostrava quase toda a parte da frente da nossa casa, bem ao lado da janela, encostado na parede, havia um tipo de banco almofadado que Alice tinha comprado em Paris, aquele foi o lugar que eu escolhi, quando a terceira semana de espera estava acabando, percebi que não precisava procurá-lo, pois ele não podia ser encontrado, ao menos não ainda, o que eu tinha que fazer, era apenas esperar por ele e seria bem ali, diante da janela, que eu o veria chegar, lindo e charmoso como sempre.
-O que está fazendo?
Edward perguntou, me vendo sentada ali pelo terceiro dia seguido.
-Olhando pela janela.
Respondi, sem desviar os olhos da paisagem.
-Não vai ir caçar com os outros?
-Não estou com sede.
-Entendo.
Ele se sentou diante do piano e começou a tocar.
-Por que você não foi com eles?
-Fui caçar dois dias atrás.
-Ah, é mesmo.
-Além disso, estamos esperando uma visita.
As palavras dele me deixaram alerta.
Afinal, durante aquelas três semanas nós tínhamos recebido muitas visitas, todas de vampiros bonitos e solteiros que estavam apenas "de passagem", meu pai obviamente estava tentando me fazer esquecer de Jean-Claude colocando outro no seu lugar, o que, é claro, não tinha dado certo.
-Quem dessa vez?
-Seu nome é Stephan.
-Solteiro?
-Com certeza, mas ele não será como os outros.
-Por que?
-Não vai vir só para uma visita, vai ficar connosco indefinidamente.
-Era mesmo o que eu precisava.
Eu disse, sem esconder a decepção por mais esta.
Edward deu de ombros e começou a tocar uma melodia triste ao piano.
-Se quer me deprimir, está conseguindo.
Ele mudou para uma melodia alegre, mas a melodia alegre contrastava tanto com meu humor que estava me deixando irritada.
-Ok, volte para a triste.
Edward deu um sorriso torto e voltou a tocar a melodia triste.
Percebi que o sol estava se pondo e quis ir para onde Jean-Claude e eu nos encontrávamos, mas eu sabia que ele não estaria lá. A música encheu meus ouvidos e penetrou a minha mente, uma infinita tristeza me assolou, mas ela era bem vinda, naquele momento o que eu mais queria era chorar, mas nem isso eu podia.
Engraçado pensar que o preço da eternidade são as lágrimas e algumas vezes, não poder chorar parece ser um preço alto de mais a se pagar.
O sol desapareceu no horizonte e eu vi uma sombra se mover por entre as árvores, não era um animal, com certeza. A sombra se moveu mais uma vez e então pareceu desaparecer, um segundo depois a campainha tocou.


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