domingo, 10 de abril de 2011

Salvação - Episódio 7


Aviso
Ela estava tendo uma visão. Mas o que me preocupou não foi a expressão vaga de Alice, o que me deixou realmente preocupada, foi que assim que aquela expressão se desfez, ela olhou para mim de um jeito... pesaroso.
O que significava que algo ruim ia acontecer.
- O que ela tem?
Jean-Claude perguntou e pela primeira vez percebi o sotaque italiano dele, e que sotaque...
-Hem?
Ele voltou a perguntar, olhando para Alice.
-Não é da sua conta.
Respondi, afinal, não sabia de que lado ele estava, se do meu ou do lado inimigo.
-Não precisa ser mal-educada.
-Não fui mal-educada.
-Foi sim.
-Não fui.
Ele olhou para mim coo se não precisasse discutir aquilo.
Bem, eu tinha sido mesmo mal-educada, mas eu estava nervosa.
-Desculpe.
Eu disse, num sussurro.
Ele olhou para mim de um jeito estranho, mas ainda assim de uma forma boa.
-Não precisa me contar.
-Eu não vou.
Ficamos nos olhando por um tempo e eu senti algo novo, algo que nunca tinha sentido antes, eu queria contar para ele, mas não podia, minha lealdade para com a família era maior do que o que eu estava começando a sentir por ele, o que quer que fosse isso.
-Tudo bem.
Incrivelmente, apesar de eu ter negado a verdade para ele, Jean-Claude sorriu, e foi um sorriso lindo, um sorriso que me deixou anestesiada, era como se eu sentisse tudo e ao mesmo tempo não pudesse sentir nada.
Nesse momento, mecanicamente eu joguei o líquido que eu tinha num frasquinho nas mãos dentro do frasco mais próximo de mim, nem mesmo preste atenção na combinação, não até que ela causasse uma pequena explosão que soltou um pouco de fumaça negra, nem eu nem Jean-Claude fomos atingidos mas os dois alunos da frente foram, ambos olharam para mim com raiva.
-Desculpe.
Jean-Claude riu.
-Acidentes acontecem.
Ele disse, mantendo o sorriso.
Meu Deus como ele era lindo... Os olhos violeta pareciam dar um charme especial a ele, os cabelos pretos e curtos, o rosto de traços fortes...
-O que vocês juntaram para causar essa explosão?
O professor perguntou, olhando para a mesa cheia de coisa viradas na minha frente.
-Não sei dizer exatamente.
Eu disse, envergonhada.
-Como assim não sabe dizer?
-Não vi o que coloquei na mistura.
-Não viu? Você misturou dois elementos químicos ao acaso?
-Sim.
O professor ficou vermelho como um pimentão.
-Você sabia que poderia ter destruído parte da sala com essa brincadeira?
-Desculpe professor.
Eu disse, baixando a cabeça para minimizar o dano.
-A culpa não foi dela.
Jean-Claude disse, e eu olhei para ele confusa, por que ele estava me defendendo?
-Ah não? Então de quem foi?
-Minha, eu que dei para ela o cianureto para jogar na mistura.
-E por que fez isso?
-Achei que seria uma boa brincadeira.
A expressão dele estava firme, como se estivesse determinado a que acreditassem na sua palavra de qualquer jeito.
-Mesmo?
-Sim.
-Então, se a culpa é sua, vamos até a diretoria decidir o seu castigo.
-Ok.
O professor, decidido, caminhou até a porta da sala, antes que Jean-Claude o seguisse eu disse, num sussurro:
-Não precisa fazer isso.
-Eu sei.
-Então por que está fazendo?
Ele me olhou bem fundo nos olhos e respondeu dando de ombros:
-Isso eu não sei.
Ele começou a caminhar até o professor e eu disse, antes que fosse tarde de mais para ele ouvir:
-Obrigada.
Era estranho o que estava acontecendo, muito estranho, mas eu não conseguia evitar.
Minutos depois o sinal bateu e Alice veio até onde eu estava:
-Não fique perto dele.
Ela disse, num tom estranho.
-Por que?
-Apenas não fique.


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